Neste ano, os atritos comerciais entre a China e os Estados Unidos, provocados unilateralmente pelo governo norte-americano, atraíram a atenção de todo o globo. As autoridades chinesas divulgaram nesta segunda-feira (24) o Livro Branco de Fatos e Posição Chinesa sobre os Atritos Comerciais com os EUA. A ação visa esclarecer os fatos nas relações comerciais sino-norte-americanas, assim como explicar a posição chinesa nos atritos, a fim de promover a solução razoável da questão.
O Gabinete de Imprensa do Conselho de Estado da China realizou hoje (25) uma coletiva de imprensa. Na ocasião, o vice-ministro do Ministério do Comércio e vice-representante de negociações do comércio internacional, Wang Shouwen, reiterou que a porta está sempre aberta para resolver as divergências comerciais por meio do diálogo. Segundo ele, a retomada das negociações de alto nível sino-norte-americanas depende totalmente da vontade dos Estados Unidos.
“Para as negociações renderem frutos, primeiro, é preciso de um tratamento igual de ambas as partes e respeito mútuo. Agora, os Estados Unidos adotaram medidas restritivas comerciais de grande dimensão. Isso é como ameaçar uma pessoa colocando faca em seu pescoço. Não se trata de negociações em equidade. Segundo, as conversas e negociações devem apresentar sinceridade e as partes precisam observar os compromissos. Acabamos com a 4ª rodada de negociações de alto nível sino-norte-americanas e obtivemos vários consensos. Os dois lados até divulgaram uma declaração conjunta. Contudo, as ações dos Estados Unidos não corresponderam a suas palavras. Eles abandonaram os consensos e adotaram medidas restritivas comerciais. Isso impede que as conversas continuem. Portanto, eu queria enfatizar que, assim que haja sinceridade, tratamento igual e observação de compromissos, acharemos uma saída por meio de negociações.”
Nos últimos dias, os Estados Unidos agravaram a situação ao impor taxas sobre US$ 200 bilhões de produtos chineses. O vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Lian Weiliang, afirmou que as novas tarifas trarão impactos diretos e indiretos à economia chinesa. Apesar das consequências serem inevitáveis, os riscos estão sob controle caso vejam de uma perspectiva integral. Lian Weiliang afirmou que a economia do país possui a capacidade de contrabalançar os impactos através do aumento da demanda interna e, consequentemente, fomentar um desenvolvimento de alta qualidade.
“No ano 2017, nosso volume econômico atingiu US$ 12,7 trilhões, e as exportações registraram um valor de US$ 2,26 trilhões. Os US$ 200 bilhões representam 8,8% do total das nossas exportações. Caso levemos em consideração o comércio de transformação, as tarifas terão menos influência no valor acrescentado. A economia chinesa possui uma característica fundamental, isto é, ela é composta por todas as categorias e setores industriais e as diferentes partes podem se complementar e substituir. Ao enfrentar os impactos do exterior, a economia da China manifesta grande flexibilidade e resistência. Temos 1,4 bilhão de pessoas, número que supera a população total das economias desenvolvidas. A renda nacional anual per capita atinge aproximadamente US$ 9.000, além de uma clara tendência de escalada do consumo. Podemos dizer que o mercado interno apresenta um potencial enorme.”
Lian Weiliang afirmou ainda que as empresas chinesas de importações e exportações estão aumentando sua capacidade de adaptação ao mercado. Ele acredita que as companhias consigam sobreviver os desafios do mercado.
Tradução: Joaquina Hou
Revisão: Diego Goulart
Fonte: CRI