A petista criticou a concentração de recursos nas nações mais ricas por limitar a capacidade de crescimento dos países que compõem o Brics
A presidente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o Banco dos Brics, Dilma Rousseff (PT), participou nesta 6ª feira (30.ago.2024) do 9º encontro anual da instituição. Em seu discurso, Dilma afirmou que a maior parte dos recursos do mercado global está direcionada ao financiamento das dívidas dos países ricos, deixando pouco espaço para investimentos em nações menos desenvolvidas.
” De acordo com estimativas do Banco Mundial, as 10 economias desenvolvidas do planeta tem uma dívida combinada de cerca de U$ 87 trilhões. Financiar tais dívidas públicas elevadas consome uma parte significativa da enorme liquidez disponível nos mercados internacionais. Essa liquidez poderia, de outra forma, ser canalizada para financiar a dívida de países em desenvolvimento e, assegurar os investimentos necessários para um desenvolvimento sustentado”, declarou a petista durante a cerimônia realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Dilma afirmou que a dívida dos países em desenvolvimento torna-se “fardo excessivo”, limitando a capacidade desses países de crescer economicamente de forma sustentável.
Como medidas apresentadas por Dilma para canalizar a liquidez internacional para os países em desenvolvimento, estão o financiamento das moedas locais para ampliar o espaço fiscal e investimentos em áreas como educação, saúde e habitação.
BRICS e NDB
O Brics é um bloco político-econômico formado pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em inglês). No ínicio do ano, outros 5 países ingressaram no bloco: Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã, formando o Brics+.
Um dos eixos mais importante do grupo é o seu banco, NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês). A sede das instituição fica em Xangai.
Os países do Brics firmaram o acordo para fundação do NDB em 2014. O banco passou a funcionar em 2016 com financiamento inicial de US$ 100 bilhões. Investe em obras de infraestrutura e sustentabilidade em países emergentes. Compete com o Banco Mundial e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Em 2021, novos países foram admitidos no NDB: os Emirados Árabes Unidos, o Egito e Bangladesh. A instituição busca ampliar seu financiamento e estuda a adesão de mais sócios.
Fonte: Poder 360