Alta demanda pelo produto – já escasso em vários pontos de venda – fez preço disparar. Peça que saía a R$ 0,09 está sendo adquirida por R$ 4,30, em Goiânia.
A grande procura por máscaras durante o período de combate ao coronavírus tem feito o preço do equipamento ir às alturas. Até mesmo os hospitais, que compram em grande quantidade, registraram um reajuste de até 4.000% no valor do produto.
Para manter o estoque, 21 hospitais particulares que fazem parte da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) se juntaram para comprar máscaras. Mesmo assim, os preços e as condições de pagamento não melhoraram.
“O preço continua bem maior do que era antes da crise. O desconto é mínimo e a forma de pagamento está irredutível, cobrando tudo à vista”, afirma Jacqueline Rodovalho, diretora de qualidade da associação.
A instituição explicou, por exemplo, que antes da pandemia, era possível comprar uma caixa com 50 máscaras descartáveis por R$ 4,50. Atualmente, cada peça está saindo por 4,30, em Goiânia.
Já a máscara N 95, que antes custava R$ 1,95, está sendo comercializada por até R$ 60 a unidade. Este tipo de equipamento é necessário para profissionais que trabalham em áreas críticas dos hospitais.
As luvas cirúrgicas descartáveis também aumentaram o preço. A caixa com 100 peças passou de R$ 15 para R$ 32.
Compra sem licitação
Até mesmo o setor público vem enfrentando dificuldades. O governo goiano fez cotação em 35 empresas, mas só duas tinham a quantidade suficiente e entregariam no prazo necessário para atender os hospitais do estado.
Por causa da pandemia, a compra foi feita sem a necessidade de licitação. A fornecedora escolhida ofereceu o menor preço, pois cobrou R$ 16 para cada máscara N 95. Foram adquiridas 78 mil peças que custaram, no total, R$ 1,2 milhão.